Procedimento Operacional Padrão (POP)

Aplicação de Toxina Botulínica em Fisioterapia

Clínica de Fisioterapia xxxx CNPJ: 12.345.678/0001-90 Endereço: Rua das Flores, 123, Centro, Fortaleza – Ce Responsável Técnico: Dr. xxxxxxxxx Registro Profissional: CREFITO-6/xxxxzxxx-F

Versão: 1.0 Data de Emissão: xx/xx/xxxx Data de Revisão: xx/xx/xxxx (1 ano posterior)


1. OBJETIVO

Este Procedimento Operacional Padrão (POP) tem como objetivo estabelecer as diretrizes e os procedimentos técnicos para a aplicação de toxina botulínica em pacientes na clínica de fisioterapia, garantindo a segurança, a eficácia e a qualidade do tratamento, em conformidade com as regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

2. CAMPO DE APLICAÇÃO

Este POP se aplica a todos os fisioterapeutas habilitados e capacitados para a aplicação de toxina botulínica na clínica, bem como aos demais profissionais envolvidos no processo, desde a avaliação inicial até o acompanhamento pós-procedimento.

3. DEFINIÇÕES

          Toxina Botulínica: Neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, utilizada para fins terapêuticos e estéticos, que atua bloqueando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular, resultando em relaxamento muscular temporário.

          POP (Procedimento Operacional Padrão): Documento que descreve detalhadamente as etapas de um processo, visando padronizar a execução e garantir a qualidade e a segurança.

          ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, responsável pela regulamentação e fiscalização de produtos e serviços de saúde no Brasil.

          COFFITO: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, órgão que normatiza e fiscaliza o exercício profissional da fisioterapia no Brasil.

4. RESPONSABILIDADES

          Fisioterapeuta Responsável Técnico:

         Garantir que este POP seja seguido por todos os profissionais.

         Assegurar que a clínica possua a infraestrutura e os materiais necessários.

         Manter a documentação da clínica e dos profissionais atualizada.

          Fisioterapeuta Aplicador:

         Realizar a avaliação completa do paciente.

         Executar o procedimento de acordo com este POP.

         Registrar todas as informações no prontuário do paciente.

         Orientar o paciente sobre os cuidados pré e pós-procedimento.

5. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

          Toxina botulínica registrada na ANVISA

          Seringas de insulina (1 mL) com agulhas de calibre adequado (ex: 30G)

          Solução salina estéril (cloreto de sódio 0,9%) para diluição

          Luvas de procedimento estéreis

          Gaze estéril

          Álcool 70% ou outro antisséptico adequado

          Anestésico tópico (opcional)

          Marcador dérmico

          Recipiente para descarte de materiais perfurocortantes (Descarpack)

          Equipamento de refrigeração para armazenamento da toxina

          Kit de emergência para reações adversas graves

6. PROCEDIMENTO

6.1. Avaliação Pré-Aplicação

1.        Anamnese Completa:

         Histórico de saúde do paciente

         Queixa principal e expectativas

         Uso de medicamentos

         Alergias conhecidas

         Histórico de procedimentos estéticos ou terapêuticos

2.        Exame Físico:

         Avaliação da área a ser tratada

         Identificação dos músculos-alvo

         Avaliação da força muscular e tônus

         Registro fotográfico pré-procedimento

3.        Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE):

         Explicar detalhadamente o procedimento, os riscos, os benefícios e as contraindicações.

         Sanar todas as dúvidas do paciente.

         Obter a assinatura do paciente no TCLE.

6.2. Preparo do Material

1.        Diluição da Toxina:

         Seguir as instruções do fabricante para a diluição.

         Utilizar solução salina estéril.

         Registrar a data e a hora da diluição no frasco.

2.        Preparo da Seringa:

         Aspirar a dose correta de toxina diluída.

         Garantir a ausência de bolhas de ar.

6.3. Aplicação

1.        Assepsia da Pele:

         Limpar a área de aplicação com álcool 70% ou outro antisséptico.

2.        Marcação dos Pontos:

         Marcar os pontos de aplicação com marcador dérmico.

3.        Aplicação da Toxina:

         Injetar a toxina nos músculos-alvo, seguindo a técnica adequada para cada área.

         Utilizar a dose correta em cada ponto.

6.4. Pós-Aplicação Imediata

1.        Limpeza da Área:

         Limpar a área com gaze estéril.

2.        Orientações ao Paciente:

         Reforçar os cuidados pós-procedimento.

         Agendar o retorno para avaliação.

7. CUIDADOS PÓS-PROCEDIMENTO

7.1. Restrições Imediatas (Primeiras 4-6 horas)

          Posicionamento: O paciente deve evitar deitar ou abaixar a cabeça para prevenir a difusão da toxina para músculos adjacentes.

          Contato Físico: Não massagear, esfregar ou aplicar gelo nas áreas tratadas.

          Cosméticos: Evitar o uso de maquiagem por no mínimo 24 horas.

          Atividade Física: Suspender a prática de atividades físicas por 24 horas.

          Exposição Solar: Evitar exposição direta ao sol no dia do procedimento.

          Tratamentos Faciais: Não realizar outros tratamentos faciais por pelo menos 6 horas.

7.2. Cuidados Gerais

          Posição da Cabeça: Manter a cabeça ereta nas primeiras horas após a aplicação.

          Contato com a Área: Evitar tocar ou pressionar a área tratada.

          Exercícios: Não realizar exercícios físicos intensos no mesmo dia.

          Exposição ao Sol: Evitar exposição solar direta nos primeiros dias e utilizar protetor solar com fator de proteção adequado.

          Produtos na Pele: Evitar o uso de produtos agressivos ou que contenham ácidos na área tratada.

          Bebidas Alcoólicas: Não consumir bebidas alcoólicas nas primeiras 24 a 48 horas.

7.3. Higienização

          Lavagem do Rosto: O paciente pode lavar o rosto de forma delicada, utilizando sabonetes suaves e água morna, sem esfregar ou pressionar a área tratada.

          Limpeza de Pele: Evitar a realização de limpeza de pele ou outros procedimentos abrasivos nas primeiras 24 horas.

7.4. Sinais e Sintomas Esperados

          Hematomas: Pequenos hematomas podem ocorrer nos pontos de aplicação e geralmente desaparecem em poucos dias.

          Cefaleia: Dor de cabeça leve pode ser um efeito adverso comum e pode ser tratada com analgésicos de uso habitual do paciente, conforme orientação profissional.

          Início da Ação: A ação da toxina botulínica geralmente se inicia entre 3 a 5 dias após a aplicação.

          Resultado Final: O resultado completo do tratamento é observado em até 15 dias.

7.5. Duração dos Efeitos e Reaplicação

          Duração: Os efeitos da toxina botulínica duram, em média, de 3 a 6 meses, podendo variar de acordo com a resposta individual do paciente, a área tratada e o seu metabolismo.

          Reaplicação: Não é recomendado realizar uma nova aplicação antes de 4 meses para evitar a perda de eficácia do tratamento (efeito vacina).

8. CONTRAINDICAÇÕES E EFEITOS ADVERSOS

8.1. Contraindicações Absolutas

          Alergias: Alergia conhecida à toxina botulínica, a qualquer um dos seus componentes (incluindo albumina humana) ou a ovo.

          Infecção Local: Presença de infecção ou processo inflamatório ativo no local da aplicação.

          Gestação e Lactação: O uso da toxina botulínica é contraindicado para gestantes e lactantes por falta de estudos de segurança.

          Doenças Neuromusculares: Pacientes com doenças neuromusculares como miastenia gravis, síndrome de Lambert-Eaton, esclerose lateral amiotrófica ou outras doenças do neurônio motor.

          Distúrbios Hemorrágicos: Pacientes com distúrbios hemorrágicos graves ou que fazem uso de medicamentos anticoagulantes em doses elevadas.

8.2. Contraindicações Relativas

          Uso de Medicamentos: Pacientes em uso de medicamentos que podem potencializar o efeito da toxina (aminoglicosídeos, quinidina, bloqueadores dos canais de cálcio, etc.) ou que interferem na coagulação sanguínea.

          Flacidez Excessiva: Pacientes com flacidez cutânea excessiva na área a ser tratada.

          Expectativas Irreais: Pacientes com expectativas que não condizem com os resultados possíveis do tratamento.

8.3. Efeitos Adversos

          Leves e Comuns: Dor, inchaço, eritema (vermelhidão) ou pequenos hematomas no local da injeção, cefaleia leve e sensação de peso na área tratada.

          Moderados: Ptose palpebral (queda da pálpebra), assimetria facial temporária, dificuldade de movimentação local, olho seco e ceratite puntata superficial.

          Graves e Raros: Disfagia (dificuldade para engolir), dificuldade respiratória, fraqueza muscular generalizada, reações alérgicas graves (anafilaxia) e disseminação da toxina para outras áreas do corpo, podendo causar sintomas de botulismo iatrogênico.

8.4. Gerenciamento de Efeitos Adversos

          Efeitos Leves: Geralmente são autolimitados e desaparecem em poucos dias. O uso de compressas frias pode ser indicado para hematomas.

          Efeitos Moderados e Graves: O paciente deve ser orientado a entrar em contato com a clínica imediatamente. O profissional deve estar preparado para manejar essas complicações e, se necessário, encaminhar o paciente para atendimento médico de urgência.

9. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

          Descartar materiais perfurocortantes em recipiente adequado (Descarpack).

          Seguir as normas da vigilância sanitária para o descarte de resíduos de saúde.

10. REGISTROS E DOCUMENTAÇÃO

          Registrar no prontuário do paciente:

         Data e hora da aplicação

         Lote e validade da toxina utilizada

         Dose e pontos de aplicação

         Orientações fornecidas

         Intercorrências (se houver)

          Arquivar o TCLE assinado.

11. REFERÊNCIAS

1.        Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). Resolução COFFITO nº 380/2010. Dispõe sobre o uso da Toxina Botulínica pelo profissional Fisioterapeuta e dá outras providências. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=24350

2.        Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 63/2011. Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/rdc0063_25_11_2011.html

3.        Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Toxina Botulínica. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt

4.        Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Consenso sobre o Uso da Toxina Botulínica. Disponível em: https://www.sbd.org.br/

5.        ANVISA. Alertas e Comunicados de Risco sobre Toxina Botulínica. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa


Elaborado por: Dr. xxxxxxx Fisioterapeuta Responsável Técnico

Revisado por: Equipe de Qualidade

Aprovado por: Diretoria Clínica

Situação do Requerimento

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Solicitante

Raquel Rodrigues da Silva

Nº Crefito

393814-F

CPF

041.126.233.56

Modalidade de Trabalho

Autônomo

Data de envio

22/10/2024

Situação

Atualizado em: 22/10/2024

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